sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Carro popular, literalmente!

AUTOMÓVEIS

O que deveria ser realidade aqui no Brasil está virando fato concreto na Índia, pelo menos no setor automobilístico. O grupo local Tata Motors, bastante conhecido por aquelas bandas, lançará oficialmente no final de março o que será "considerado o carro mais barato do mundo". A informação foi dada nesta quinta-feira por um porta-voz do grupo.

Com previsão de lançamento no próximo dia 23 de março, o Nano (foto ao lado), batizado como "o carro do povo", custará a bagatela de US$ 2 mil para os indianos. convertendo para as nossa cifras, o valor chega a modestos 4,6 mil reais. Para efeito de comparação, seria mais barato que uma moto popular do nosso mercado. Claro que todo esse preço competitivo implica em coisas pouco grandiosas. O motor a gasolina possui apenas 654 cilindradas. O conhecido carro 1.0 brasileiro, o chamado "carro popular" daqui, possui uma cilindrada em torno de 1000 centímetros cúbicos, quase o dobro do Nano.

O Nano custará apenas 4,6 mil reais. Cinco vezes mais barato que nosso carro mais em conta.

O motor também não esbanja potência. São apenas 33 cavalos. Ou seja, não se pode esperar deste modelo um desempenho satisfatório em uma rodovia. Fica mais do que claro que o grande trunfo do Nano é o uso no dia-a-dia das dos perímetros urbanos. Equipamentos de luxo? Nem pensar! A versão básica não possui ar-condicionado, nem vidros elétricos, tampouco a confortável e prática direção hidráulica. Mas a favor da praticidade conta o fato do carro possuir quatro portas e espaço para cinco ocupantes.

Mas calma! Para você que é mais fominha e quer mais conforto e luxo, existem versões superiores, que devem contar com dois limpadores de pára-brisa, vidro elétrico, direção hidráulica e ar-condicionado, itens indispensáveis para os indianos enfrentarem o forte e úmido verão da região. O motor também será um pouco mais potente que o da versão básica.

Claro que, quando falamos de um carro um preço tão acessível e com apelo tão popular, não devemos levar tão em conta sua aparência e nem seus equipamentos de série. Por isso o Nano veio para cumprir um ótimo papel, que é o de dar condições às camadas sociais indianas mais pobres a adquirirem um meio próprio de transporte.

Enquanto isso, aqui no Brasil, nosso carro mais barato é o conhecido Fiat Uno Mille, que entrega o mesmo "luxo" por assombrosos 22.554 reais. Isso é um carro popular? Nem aqui, nem na Índia...

foto: AFP

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Para honrar o slogan...

NOTÍCIAS, CULTURA E... INUTILIDADE!

E aí o papai leva o filhinho no dentista. O menino precisa de pontos e por isso toma uma anestesia forte. Beeeeeem forte.



Fica como mensagem de incentivo - até uma anestesia pode ter um lado bom! Nem sempre pra você que tomou, mas pode ter.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Entrelinhas

CRISE

No domingo, dia 1º desse mês, a Folha de S.Paulo pubicou no caderno Dinheiro reportagens sobre a crise e o mercado de trabalho. Segundo os textos, o perfil predominante dos desempregados é de jovens, em sua maoiria mulheres (informação super animadora para mim). As mulheres representam cerca de 58,1% das pessoas em busca de assinatura na carteira de trabalho.

Relacionando o tal do incomodante desemprego com a crise, Cimar Azeredo Pereira, que é gerente da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, disse em entrevista ao jornal que os impactos da crise sobre o mercado ainda não estão claros.

Enfim, o que me chamou a atenção foram as propagandas das redes de TV nesse mesmo caderno. A Rede Globo pagou meias páginas em várias posições estratégicas do caderno para falar sobre a sua soberania na audiência nacional e sobre o reconhecimento que a empresa tem como maior rede televisiva do país. Em contraposição, o SBT pagou uma página inteira, a última do cadermo, para uma mensagem de "incentivo"´, transcrita aqui:

"O pior efeito de qualquer crise é o pessimismo. Ele barra novos investimentos, impede contratações, traz incertezas, tudo que só faz a situação ficar ainda pior. E ser otimista, em um momento assim, não significa ser irresponsável. Significa conhecer a própria força e competência para superar as dificuldades, além de colocar tudo isso em prática. O Governo toma medidas que ajudam a fortalecer a economia e mostram a força do país em momentos conturbados. E nós, do SBT, também estamos fazendo a nossa parte. Acreditando que a crise fica menor quando a gente trabalha mais e reclama menos."

É isso aí. A Plim Plim exaltou seus produtos e a rede do Baú exaltou o país. Cada uma defendendo seus interesses. Entrelinhas.


*Não está pensado como crítica, apenas apontado para reflexões.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Mergulhando de cabeça

PESQUISAS DE FÉRIAS

As férias estão acabando, e vão levando com elas bons momentos de lazer. Amigos, churrasco, piscina... mergulhos. Sempre tem aquele amigo que "se joga de cabeça" na piscina.
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Mas é exatamente aí que está o perigo: no Brasil, o chamado mergulho em águas rasas é a quarta causa de lesão medular. Médicos e pesquisadores concluíram que as lesões acontecem mais frequentemente entre jovens de 10 a 25 anos, sendo que 99% das vítimas são homens. Mergulhos em piscinas, rios, lagos e até mesmo no mar são a segunda causa de traumatismo na medula espinhal.
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As pessoas se preocupam com possíveis afogamentos, mas se esquecem de observar possíveis pedras ou até mesmo a profundidade inadequada para um mergulho. Durante o verão, o Grupo de Coluna do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da USP até 60% de lesões neurológicas originadas por esse tipo de mergulho.
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É uma brincadeira divertida, porém bem perigosa.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Conflito não mostra sinal de trégua

IRAQUE - PALESTINA

Fonte: Globo.com

Obama é a notícia do século

IMPRENSA


Uma pesquisa realizada pela Global Language Monitor e divulgada no final de 2008 afirma que Barack Obama, presidente eleito dos Estados Unidos é a grande notícia neste século. “Obama não tem precedentes. Ele cativou o mundo”, disse o presidente da entidade responsável pelo estudo, Paul Payack.
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Obama teve cerca de 750 mil citações antes mesmo de ser escolhido como o candidato do partido democrata, quando ainda lutava pela indicação com Hillary Clinton.
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Ao todo, o futuro presidente norte-americano, cargo que o tornará o homem mais poderoso do planeta, foi tema de cerca de 250 milhões de notícias, mais do que a guerra do Iraque, que teve início em março de 2003, ataque ao World Trade Center, em 2001, e a morte do Papa João Paulo II, em 2005.

foto: barack-obama.tv

Mais uma de Amy Winehouse

LONGE DA "REHAB"

Um escândalo aqui e ali. A cantora britânica parece que não se preocupa mais em causar polêmica mundo afora. A da vez foi o topless no Caribe. Amy, um dos grandes talendos da década, está passando um temporada nas praias depois de um período de recuperação em uma clínica para drogados.

Vejam as fotos da cantora no Caribe e abaixo, também, o clip da música "You Know I'm No Good "



fotos: sem crédito, do site EGO.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Madonna canta "Candy Shop" ao vivo em São Paulo




Madonna faz hoje seu último show da turnê "Sticky & Sweet" em São Paulo.

Sedes da Copa do Mundo de 2018 e 2022 serão anunciadas juntas

FUTEBOL


Logo da Copa do Mundo no Brasil, sede anunciada em 2007

A sede da Copa do Mundo de 2014 nós já sabemos: Brasil. Mas e a de 2018? E 2022?

O presidente da FIFA, Joseph Blatter, anunciou ontem em uma coletiva de imprensa, no Japão, local da decisão do próximo título de clube campeão do mundo, que as sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022 são decididas juntas no final de 2010, ano da Copa na África do Sul, a primeira no continente africano.

Por serem as sedes das duas próximas edições, a América do Sul e a África não poderão concorrer à sede de 2018. O mesmo ocorre com a mesma América do Sul e a sede do mundial de 2018 concorrer para 2022.

Entre os países com grandes chances de receber a competição, Blatter destacou a Inglaterra, que receberá os Jogos Olímpicos em 2012, em Londres, Espanha, México, Estados Unidos e Canadá, esses três últimos representando a América do Norte e Catar, Japão e China para a Ásia, que recebeu a Copa 2002, primeira vez disputada em dois país, na ocasião Correia e Japão.

Fica a expectativa.

sábado, 20 de dezembro de 2008

Beckham chega ao Milan

ITÁLIA

O Milan ganhou mais um reforço esse sábado, o inglês que veste a calcinha da mulher, a ex- Spice Girl Victoria Adams. Sim, ele mesmo. David Beckham, que foi emprestado pelo Los Angeles Galaxy para o time italiano por três meses, ou seja, quase toda a fase final do Scudetto.

O jogador fica com a camisa número 32 do time. "Perguntaram-me se esse era o número que eu gostaria, e lembro-me de terem me oferecido essa mesma. Mas fiquei feliz com ela", disse durante a coletiva de imprensa da apresentação no San Siro.

A estréia deve ser no dia 11 de janeiro contra a Roma e Beckham fica até o dia 9 de março, um mês antes do início da temporada norte-americana. Porém, o Milan não esconde que se depender do resultado do jogador, tentará estender a estadia dele em Milanello até junho.

"Eu amo a Itália e estou muito contente por estar aqui. Vou repetir e deixar isso bem claro. Já atuei no Manchester United, Real Madrid e agora tenho esta excelente chance de estar no Milan", disse o jogador que será apresentado aos torcedores neste domingo antes da partida do time com a Udinese, em San Siro. Depois, na segunda-feira, embarca para Los Angeles e volta dia 29 para participar da concentração do time no retiro de inverno em Dubai.
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foto: Giuseppe Cacace

Brasil é país que mais baixa música na web

INTERNET

Quem de nós, usuários da rede, que nunca baixou uma música que seja da internet?

Uma pesquisa recente revelou que o Brasil é o país no qual as pessoas mais baixam música pela web. A pesquisa foi feita de forma online pela Nielsen com 26 mil pessoas em setembro. O país ainda ocupa a segunda posição quanto a baixar conteúdos diversos, ficando atrás apenas das Filipinas.

As Filipinas ainda ficaram com o maior índice de freqüência do uso de diversos eletrônicos, desbancando 52 países analisados. Klaas Hommez, quem supervisionou a análise, destacou o fato de que nos países asiáticos a maior parte da população anda de transporte público e os governos da China e Cingapura, por exemplo, expadirem o acesso à banda larga e aumentar a disseminação de tecnologias móveis.

A pesquisa revelou ainda que Brasil, Rússia, Índia e China são os campeões regionais quando o assunto é download de conteúdo.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Concurso do cão!

CURIOSIDADE

Quem disse que concursos malucos e bizarros só acontecem no exterior? Pois o Brasil parece estar aderindo à moda. Ontem (14), no Parque do Flamengo, no Rio de Janeiro, foi realizado um concurso de fantasias, com o tema "Boas Festas", já que as festas de final de ano estão cada vez mais próximas. Até aí tudo bem, afinal, um concurso de fantasias não tem nada de estranho.

Ao melhor estilo Mamãe Noel, a yorkshire Vida foi a vitoriosa entre as fêmeas, com direito a troféu e tudo mais!

Não teria nada estranho se os fantasiados em questão fossem seres humanos, ao invés de cachorros! Cerca de 50 cães participaram da campetição, e foram julgados por uma comissão que escolheu as 20 melhores fantasias. Na categoria macho, o primeiro lugar ficou com o staffbull Jeep. Ja na fêmea, a grande vencedora foi a yorkshire Vida, que apareceu vestida de Mamãe Noel (quanta originalidade, não!).

O evento foi organizado pelo adestrador Denizard Baldan, e arrecadou brinquedos e alimentos para doação ao Instituo Brasileiro de Reeducação Motora (IBRM). Além disso, a festa também contou com arrecadação de rações e produtos para a ONG Anida, que cuida de cães e gatos abandonados no Rio de Janeiro.

E este é o Jeep, que venceu com este vestuário a categoria macho

A premiação foi sofisticada, com os vencedores recebendo troféus personalizados e kits de produtos, sendo animados por um Papai Noel. Quem disse que a cachorrada não ganha presente de Natal também né...

fotos: Divulgação

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Documentário "Ilha das Flores"

RECOMENDAMOS

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

"Deus te abençoe"

CRÔNICA

“Bênção”, a criança fala. “Deus te abençoe”, o adulto reponde. Coisa de interior, como dormir cedo e acordar com as galinhas. Confesso que até um tempo atrás, não me importava para essas coisas. Acredito que, quando criança, eu tinha muito outras inquietações e preocupações (tarefa da escola e correr pela rua, para exemplificar). Mas para meu avô paterno, a história mudava. Quando ia para a escola com uns oito anos de idade e passava na frente da casa dele, sentado na calçada, ele conversava coma alguns vizinhos. “Bênção, vô!”, eu dizia. “Deus te abençoe”, meu avô correspondia. Uma de minhas primas, numa conversa há tempos atrás, assumiu que nessa hora, para ela, sobrava até umas moedinhas. Sapeca como qualquer criança, ela aproveitada a visão deficitária dele para trocar, sempre que podia, um moeda de 50 centavos por uma de um real. E corria em direção ao bar comprar balas. Para mim, não precisava mais que aquele cumprimento. Para meu padrinho, acredito que posso contar nos dedos de uma só mão as vezes que “pedi a benção”.

Mas por que me peguei pensando nessas coisas de uns tempos para cá? Agora sou padrinho. Aquela coisa de responsabilidade, coisa e tal. Alguém do contra poderá dizer: Mas tudo isso por causa de ser padrinho? É. Sei que para algumas pessoas pode não ser uma das maravilhas do mundo ter uma afilhada, mas para mim a vida ganhou mais vida (se isso é possível). Mas é assim sempre: existem os gregos e os troianos.

É incrível como com o passar dos anos mudamos nossas idéias e começamos a dar mais importância para algumas coisas e a tirar de outras. Como querer impressionar alguém na escola que, hoje, nem lembramos o nome e lembrar daquelas pessoas que não nos importávamos muito.

Quando meu avô faleceu, no auge de seus oitenta e um anos, pensei que possivelmente jamais ouviria alguém pedindo bênção. E confesso que depois daquele mês de novembro de 1995, não me recordo de ter escutado mesmo. Para mim, meu avô se foi e com ele essa prática. A cidade foi se transformando e as crianças também. Elas preferem passar horas a frente do computador a conversar com algum parente mais velho. Aliás, outra frase que escutava muito quando eu ainda era criança, daqueles que sonham em ser bombeiros (nunca jornalistas, já perceberam isso?): “Tenha respeito com os mais velhos”. Essa frase também era muito usada pela minha irmã; apenas dois anos mais velha. Creio que ela falava nisso só para escapar de uma briga ou deixar prevalecer a sua vontade.

Hoje, com as tragédias que cansamos de assistir nas TVs, como tantas crianças sendo mortas e outras coisas que infelizmente lemos nos jornais, ainda me sinto como aquele menino adorava vestir o uniforme do Corinthians e que, hoje, não vê a hora de escutar um “Bênção, padrinho”.

domingo, 7 de dezembro de 2008

O dinheiro e o vendaval

CONTA BILIONÁRIA

O estudante Douglas de Mello, no dia 16 de outubro, podia se considerar o homem mais rico do mundo. O saldo de sua conta era de 431 bilhões de reais, três vezes mais do que a fortuna do atual homem mais rico do planeta, o americano Warren Buffett.

Mello fez um depósito de 700 reais em sua conta e tirou o extrato para conferir se o dinheiro já tinha caído. Sua surpresa foi se deparar com o valor bilionário. “Fiquei assustado. O dinheiro não era meu. Imagina eu ter de declarar tudo ao imposta de renda? Aí, pedi uma explicação à gerente do banco e ela disse que eu é que devia me explicar”, disse o estudante em entrevista a uma revista semanal.

O banco bloqueou os cartões do estudante que fez um boletim de ocorrência. “Minha vida está um inferno. Perdi a fome, o sono e o dinheiro. Parei de trabalhar. Só cuido de advogado. Tem gente que pensa que estou com o dinheiro”, acrescentou.

Um delegado da Polícia Federal está investigando o caso. Os pais do estudante temem um seqüestro. Douglas diz que um Vectra branco o persegue todo o dia.

Perguntado pela revista o que faria com o dinheiro, o estudante não economiza. “Compraria uma nave espacial, porque Mercedes e BMW são fraquinhas perto de uma grana dessas, né?”

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

A ilegalidade por uma vida melhor

FAZER A VIDA
Maria Sousa, por enquanto, apenas vê as fotos mandadas pelo marido que está na Inglaterra
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Maria Ap. Pires de Sousa acorda às 4h30 da manhã e não mais tarde que 5h15 já está a caminho do trabalho. É faxineira em um colégio de Amparo/SP. Durante o dia é impossível não lembrar do marido que há 8 meses embarcou no aeroporto de Garulhos com destino a uma vida melhor na Inglaterra, na cidade de Birmingham, a 120 km de Londres. É difícil a ausência, mas ela já planeja a ida do resto da família, seus dois filhos, Helen, de 13 anos, e Kléber, de 20. Porém, viver ilegalmente é uma decisão que já decidiu tirar dos planos. “Tenho medo de ser barrada no aeroporto e perder todo o dinheiro gasto na viagem. Não quero que meus dois filhos passem por algum constrangimento. Nós sabemos como está severa a fiscalização na Europa. Não quero arriscar, apesar da saudade que estou do meu marido. Queremos o quanto antes ir morar com ele na Inglaterra, lugar no qual poderemos construir uma vida muito melhor que no Brasil. Quero tirar a cidadania italiana antes de partir”, disse lembrando que os cidadãos italianos podem, desde a criação da União Européia, trabalhar e circular livremente entre os países do bloco.

Muitos não pensam assim. A imigração ilegal, principalmente nas últimas décadas, criou proporções gigantescas. O sonho de realizar os crescimentos profissional e pessoal em países desenvolvidos tem levado ao extremo pessoas de todo o mundo. Esse desejo de realização é barrado nos assuntos legais, que se diferencia de um país para outro, e tornou-se um grave problema internacional. Imigrantes ilegais e refugiados são presos diariamente em todo o planeta. "O imigrante que busca o mercado de trabalho norte-americano, por exemplo, foge de uma condição de penúria econômica, o que beira a condição de um refugiado", diz o professor de Direito Internacional da Universidade São Francisco, Alex Real Ferreira.

As estatísticas oficiais do Ministério das Relações Exteriores mostram que desde a década de 1980 o fenômeno da emigração é realidade na sociedade brasileira. Hoje, segundo dados do Ministério, cerca de 1,5 milhão de brasileiros vivem fora do Brasil e 3,5 milhões viajam ao exterior por motivos diversos como turismo e negócios.

Mas “fazer a vida”, como alguns dizem, em outro país não é tarefa fácil. Os países desenvolvidos – destino da maioria desses brasileiros – têm criado políticas de imigração severas. Ter todos os documentos em mãos e provar o objetivo da estadia nos países é uma tarefa complicada para os brasileiros que vão aos países com o intuito de trabalhar. Muitos deles entram com estudantes e permanecem no país mesmo depois de vencido o visto.

“Tenho medo de gastar tanto dinheiro. Investir esse valor tão alto e ser barrada logo no aeroporto”, disse Maria. “Além de que terei que levar os meus dois filhos, sendo uma ainda de menor, com 13 anos. Não quero passar pelo risco de vê-los sendo humilhados ou até mesmo presos como bandidos no aeroporto”, completou.

Passar pela imigração nos aeroportos europeus e americanos não é fácil mesmo para os que estão com toda a documentação exigida. Angelina de Almeida, que atualmente mora em Milão, na Itália, onde trabalha como modelo, afirma que a discriminação acontece e que várias outras amigas e amigos passam pela mesma situação. “Viajo muito por conta do trabalho. Sempre quando chego em um aeroporto, fazem muitas perguntas e já chegou vezes nas quais o funcionário da imigração me tratou como se eu fosse entrar no país para me prostituir”, lembrou.

Veneza sofre com as enchentes

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

"Como é que é?"

NOMES
Adalex mostra com orgulho seu RG; nome incomum é diferencial para ele
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"Adalex? É nome de remédio, não é?" Esse é o slogan criado pelo estudante Adalex Souza. O nome diferente foi escolhido por um amigo de sua mãe. “Ele gostava de sugerir nomes diferentes, inclusive dos familiares dele”, explica. Porém, nomes assim, alguns até tidos como ridículos podem afetar a vida social de uma pessoa.

Segundo a psicóloga Ana Paula Rizzato, o portador de um nome que possa gerar “brincaderinhas” pode despertar um sentimento de inferioridade, principalmente na fase da adolescência, na qual o jovem busca identificação nos grupos que participa. “Dependendo de como é tratado e aceito por cada indivíduo, o nome pode incomodar a tal ponto que contribuirá para desenvolver a baixa auto-estima”, complementa a psicóloga.

Desde 1973, entretanto, a Lei dos Registros Públicos legitima o oficial do cartório a não registrar nomes que possam expor ao ridículo os seus portadores. “Caso os familiares não se conformem com essa recusa, é necessário que solicitem ao oficial que encaminhe a decisão para o Juiz Corregedor Permanente da Serventia (cartório)”, explica Rodrigo Feracine Álvares, Oficial de Registro Civil das Pessoas Naturais de Amparo, SP. Através de um procedimento administrativo, há a manifestação do juiz de aceitar ou não o registro com determinado nome.

Para aqueles que foram registrados com nomes estranhos, a lei prevê a alteração. No primeiro ano após ter completado 18 anos, o interessado pode alterar seu nome, mas desde que não prejudique seu sobrenome. De acordo com Álvares, a alteração também é feita de forma administrativa. Após esse período de um ano, qualquer alteração deverá ser feita através de processo judicial. A decisão, nesses casos, fica nas mãos do juiz.

O estudante Adalex não esconde que já pensou em alterar o nome. “Incomoda-me ter sempre que repetir meu nome, ou aquela coisa da pessoa dizer: ‘’Poxa, como é mesmo seu nome? É um nome estranho, né?’. Mas, na verdade, eu sou daqueles que procura sempre ver o lado bom de tudo, então aproveito a excentricidade do meu nome para criar meu marketing, por isso cunhei o jargão”, complementa.
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FOTO: Adilson Jorge

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Roteiro de cinema

FÓRMULA 1 - INTERLAGOS 2008


Certa vez, me disseram que o automobilismo não pode ser um esporte excitante. Afinal, "como pode haver graça em ficar vendo um bando de pilotos seguindo uns aos outros e dando giros no mesmo lugar durante mais de uma hora"? A prova que desmente tal teoria foi a tarde do último domingo, no qual milhões de brasileiros pararam para apoiar seu mais novo ídolo: Felipe Massa.

Olhar para a televisão e ver o belo circuito de Interlagos, completamente lotad
o de torcedores gritando o nome de Massa, e fazendo uma festa incomparável, realmente foi de arrepiar, lembrando até os emocionantes domingo nos quais a nação brasileira parava para torcer pelo nosso querido e saudoso Ayrton Senna. O que vemos agora é um sentimento igual da nossa população, a de ter encontrado seu novo ídolo no automobilismo. E isso não veio à toa. Felipe Massa conquistou o carinho dos brasileiros, graças a sua evolução tanto dentro e fora das pistas. Mais centrado, tanto dentro como fora das pistas, o piloto mostrou uma evolução impressionante em relação ao ano passado. Para não restar dúvidas da popularidade dele, o reconhecimento dos torcedores pelo seu esforço, mesmo que não tenha conseguido ganhar o título, já diz por si só.

Mas a verdade é que todo o desenrolar da prova decisiva da temporada 2008 da Fórmula 1 foi de fazer inveja até a Steven Spielberg. O script parecia ter sido feito sob medida manter o suspense e a ansiedade do primeiro ao último segundo das 71 voltas da corrida. Primeiro, veio o famoso "pé d'água" paulistano, faltando apenas dois minutos para a largada. Uma chuva, rápida e forte, suficiente apenas para lavar o autódromo. Tinha de rápida, afinal, ela teria que ser a coadjuvante do roteiro, pelo menos por enquanto...

Após perder um titulo praticamente ganho em 2007, Lewis Hamilton ganhou de forma emocionante o campeonato desse ano

Com pneus de chuva intermediária, os pilotos largaram. E o que vimos foi uma guerra tática. Massa fazia sua parte, mantendo a liderança e guiando firme rumo à vitória. Mas isso não bastava apenas, ele precisaria vencer e torcer para Lewis Hamilton ser no máximo sexto colocado. O piloto inglês da McLaren fazia uma corrida aparentemente tranqüila, embora sem brilho, mas que era suficiente para lhe dar o tão sonhado título que escapou de forma incrível no ano passado. O quarto lugar que ele ocupava era bastante confortável.

A chuva rodeava o circuito, mas não caía. Os pilotos já estavam de pneus de pista seca, e a corrida continuava num desfecho tranqüilo para Hamilton, já a poucas voltas do final. Mas o imponderável veio a sete voltas do encerramento. A chuva voltou, e dessa vez para se tornar o personagem principal da corrida. Não era uma chuva forte, mas o suficiente para levar quase todos os pilotos (incluindo Massa e Hamilton) para os boxes, para colocar pneus intermediários. Quase todos!

A Toyota, com seus pilotos Timo Glock e Jarno Trulli, resolveu dar uma cartada arriscada, preferindo deixar seus pilotos na pista, com pneus de pista seca, apostando que a chuva não apertaria. Sem a parada de Glock, Hamilton caiu para o quinto posto, no limite do que ele poderia chegar para ser campeão. Só que aí apareceu um jovem piloto, Sebastian Vettel, e mostrou porque tem pinta de um futuro campeão mundial. O piloto sensação da temporada aproveitou a chuva e um vacilo de Hamilton para ultrapassá-lo e garantir momentaneamente o título de Massa.

Interlagos foi à loucura! Os torcedores nas arquibancadas não se continham, assim como os milhões de telespectadores por todo o Brasil. Massa guiava com todo o cuidado na última volta, a parte dele estava cumprida. Ao cruzar a linha de chegada e vencer a corrida, ele era campeão. Restava agora aguardar e torcer para que o incrível Vettel se mantivesse a frente de Hamilton. E foi o que aconteceu. Mas o que poucos esperavam era que a chuva apertasse, e Glock, com seus pneus de pista seca, não tivesse condições de segurar quem vinha atrás. Perdeu muito rendimento, e não conseguiu evitar a ultrapassagem de Hamilton...na última curva do circuito!

Hamilton ultrapassa Glock na última curva da corrida, e ganha o título "nos acréscimos do segundo tempo"

Massa foi campeão por menos de um minuto. O clima de frustração nas arquibancadas e nos boxes da Ferrari foi geral. Como poderia um título ser perdido faltando aproximadamente 500 metros? A verdade é que Felipe foi impecável durante todas as voltas, e fez por merecer toda a vibração da torcida. Fez sua parte, mas tinha de contar com o quase impossível, que por poucos segundos se tornou realidade. Mas fica claro que o título não escapou na última curva, e sim durante o ano, nas trapalhadas da Ferrari (e em alguns erros dele também, coisas normais do esporte). Dizer que o título de Hamilton não foi merecido também não é justo, pois ambos os pilotos tiveram seus altos e baixos na temporada, cometeram erros e acertos, mas brigaram até o fim pelo título.

Parabenizar os dois pela brilhante campanha no campeonato seria dizer algo meio batido. Mas parabéns aos dois pilotos por fazer do automobilismo um esporte apaixonante e emocionante. 2009 reserva novas emoções...

foto 1: Mark Thompson/Getty Images
foto 2: Bruno Terena/Grande Prêmio
foto 3: Bruno Terena/Grande Prêmio

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Sacolas que não agridem o ambiente ganham espaço

A substituição das sacolas plásticas convencionais – as usadas cotidianamente pelos brasileiros – por formas alternativas está ganhando espaço no Brasil. As sacolas oxi-biodegradáveis, por exemplo, já são realidade em diversas cidades no país. Municípios como Maringá, no Paraná, e Amparo, em São Paulo, criaram leis que obrigam o comércio a utilizar as sacolas ditas ecológicas. “Demos prazo de um ano após a sanção da lei pelo prefeito para que todas as sacolas convencionais sejam substituídas”, diz o vereador da cidade do interior paulista, Donizete Urbano (PT), que é autor do projeto de lei. A Câmara dos vereadores de Campinas, SP, também aprovou, em 1ª discussão, um projeto de lei semelhante. Agora, espera uma segunda aprovação para depois ser sancionada pelo prefeito municipal.

A diferença das sacolas convencionais para as oxi-biodegradáveis está na fabricação. Ambas utilizam o petróleo como matéria-prima, porém, nas segundas, é incluído um aditivo que acelera a decomposição do material numa velocidade até cem vezes maior que a da convencional. Em números, o plástico que levaria de 100 a 500 anos, segundo estimativas, para desaparecer da natureza, leva aproximadamente 18 meses, conforme o ambiente no qual a sacola foi depositada. As sacolas degradáveis são sensíveis ao calor, à luz e à umidade.

A Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo aprovou em junho de 2007 um projeto de lei que previa a obrigatoriedade do uso de sacolas oxi-biodegradáveis em todo o estado. O deputado Sebastião Almeida (PT), autor do projeto, justificou que a lei contribuiria para incorporar a reciclagem no cotidiano da população. “Essas medidas [de substituição das sacolas convencionais], com certeza, já serão de grande ajuda e os frutos será colhidos lá na frente”, diz o texto do projeto. O que o deputado não contava era com o veto do governador do estado, José Serra, ao projeto. Críticos a rejeição da lei acreditam que o lobby das indústrias de plásticos pressionaram o secretário de meio ambiente, Xico Graziano, a argumentar contra a proposta.


Um dos argumentos contra à adoção das sacolas degradáveis é o preço da fabricação. As sacolas biodegradáveis – que são feitas a partir de produtos orgânicos – são muito mais caras que a convencional. O mesmo não acontece com as oxi-biodegradáveis. “Caso o comerciante opte por sacolas plásticas feitas do petróleo, mas com o aditivo, o preço não passa de 3 a 5% do valor da sacola convencional. Em alguns casos, quando se trata de uma rede de supermercados, o valor não se altera para o comerciante, mas o impacto que estas sacolas causam ao meio ambiente diminui sensivelmente”, diz o presidente da Fundação Verde, Cláudio José Jorge.

Sacolas convencionais

As sacolas plásticas convencionais começaram a ser fabricadas em na década de 1970. Considerando que a estimativa do tempo de decomposição não é inferior a 100 anos, a maior parte dessas sacolas ainda está, de alguma forma, na natureza. Hoje, são produzidas 150 “sacolinhas” para cada pessoa.

Os sacos plásticos tornaram-se populares depois que os supermercados e lojas começaram a distribuí-los gratuitamente para empacotar as compras dos clientes. Outro fator é que com a possibilidade de estampar a marca do comércio nas sacolas, elas também viraram forma de publicidade barata para os empresários.

Hoje, as sacolas plásticas são uma das formas mais comuns de acondicionar o lixo doméstico da população. Cerca de 90%, segundo estatísticas divulgadas pela Revista Ciência do Ambiente On Line, da Unicamp, delas vão para os aterros sanitários e dificultam a decomposição de outros materiais que ali foram depositados.