MÍDIA
Faltou-me tempo, faltou-me dedicação. Há uma semana venho adiando o que muitas páginas já deram, mas a minha indagação e indignação continuam aqui.
Na edição do último dia 20, a Veja superou os limites do jornalismo sério. Muito eu ouvia da revista, sua tendenciosidade e falta de seriedade, mas me permiti compovar, mais ainda, na matéria sobre educação: "Você sabe o que estão ensinando a ele?"
Na reportagem de Monica Weinberg e Camila Pereira, sem rodeios - como inicia a matéria - o texto fala de Che Guevara, Paulo Freire e Marx como inspiradores para uma doutrinação esquerdista pelos professores na educação brasileira, tanto pública quanto privada.
Abaixo, um trecho - para mim - o mais surpreendente do tendencionismo e da banalização de grandes pensadores que acrescentaram em muito na luta pela igualdade social.
"Muitos professores brasileiros se encantam com personagens que em classe mereceriam um tratamento mais crítico, como o guerrilheiro Che Guevara, que na pesquisa aparece com 86% de aprovação de citações positivas, 14% neutras e zero, nenhum ponto negativo. Ou idolatram personagens arcanos sem contribuição efetiva à civilização ocidental, como o educador Paulo Freire, autor de um método de doutrinação esquerdista disfarçado de alfabetização. Entre os professores brasileiros ouvidos na pesquisa, Freire goleia o físico e teórico alemão Abert Einstein, talvez maior gênio da história da humanidade."
Paulo Freire foi o grande criador do método de educação para adultos, em que parte do princípio que a alfabetização se dá partindo da realidade do educando. Passou da teoria à prática nas áreas carentes do Nordeste. A fúria da Veja é contra qualquer ascenção das classes menos favorecidas e, qualquer um que possa propiciar isso, não serve para ela.
A revista se baseou em pesquisas para assumir e publicar que professores disseminam ideologias esquerdistas aos alunos. Entre elas, a mais indignante para a Veja foi a de que para 78% dos professores atribui à escola, antes de tudo, a função de "formar cidadãos" à frente de "ensinar a matéria" ou "preparar as crianças para o futuro".
Para a Veja, formar empresários capitalistas que enriquecem a classe dominante vem antes de qualquer base, fundamentação e conceito de cidadania. É por isso que as coisas estão como estão.
O problema não é a Veja ter uma visão. O grande problema é as pessoas tê-la como fonte de informação e se basearem nela para formar opinião.
Se quiser fazer um jornalismo tendencioso, que assim o faça, assumindo o seu lado, a sua posição, como tantos veículos de esquerda e alternativos.
Está na hora de termos um olhar mais crítico sobre a mídia e não aceitar tudo o que nos é transmitido.
É preciso tirá-la do topo de mais vendida no Brasil, antes de uma lavagem cerebral.
Foto: Veja Online
Na edição do último dia 20, a Veja superou os limites do jornalismo sério. Muito eu ouvia da revista, sua tendenciosidade e falta de seriedade, mas me permiti compovar, mais ainda, na matéria sobre educação: "Você sabe o que estão ensinando a ele?"
Na reportagem de Monica Weinberg e Camila Pereira, sem rodeios - como inicia a matéria - o texto fala de Che Guevara, Paulo Freire e Marx como inspiradores para uma doutrinação esquerdista pelos professores na educação brasileira, tanto pública quanto privada.
Abaixo, um trecho - para mim - o mais surpreendente do tendencionismo e da banalização de grandes pensadores que acrescentaram em muito na luta pela igualdade social.
"Muitos professores brasileiros se encantam com personagens que em classe mereceriam um tratamento mais crítico, como o guerrilheiro Che Guevara, que na pesquisa aparece com 86% de aprovação de citações positivas, 14% neutras e zero, nenhum ponto negativo. Ou idolatram personagens arcanos sem contribuição efetiva à civilização ocidental, como o educador Paulo Freire, autor de um método de doutrinação esquerdista disfarçado de alfabetização. Entre os professores brasileiros ouvidos na pesquisa, Freire goleia o físico e teórico alemão Abert Einstein, talvez maior gênio da história da humanidade."
Paulo Freire foi o grande criador do método de educação para adultos, em que parte do princípio que a alfabetização se dá partindo da realidade do educando. Passou da teoria à prática nas áreas carentes do Nordeste. A fúria da Veja é contra qualquer ascenção das classes menos favorecidas e, qualquer um que possa propiciar isso, não serve para ela.
A revista se baseou em pesquisas para assumir e publicar que professores disseminam ideologias esquerdistas aos alunos. Entre elas, a mais indignante para a Veja foi a de que para 78% dos professores atribui à escola, antes de tudo, a função de "formar cidadãos" à frente de "ensinar a matéria" ou "preparar as crianças para o futuro".
Para a Veja, formar empresários capitalistas que enriquecem a classe dominante vem antes de qualquer base, fundamentação e conceito de cidadania. É por isso que as coisas estão como estão.
O problema não é a Veja ter uma visão. O grande problema é as pessoas tê-la como fonte de informação e se basearem nela para formar opinião.
Se quiser fazer um jornalismo tendencioso, que assim o faça, assumindo o seu lado, a sua posição, como tantos veículos de esquerda e alternativos.
Está na hora de termos um olhar mais crítico sobre a mídia e não aceitar tudo o que nos é transmitido.
É preciso tirá-la do topo de mais vendida no Brasil, antes de uma lavagem cerebral.
Foto: Veja Online
Um comentário:
Uia!
O abismo entre a minoria que tem a maioria do dinheiro e a maioria que tem a minoria do dinheiro do país está bem representada nas oportunidades que a grana oferece aos ricos. Hoje, essa classe elitista, domina nossas universidades públicas, já que o dinheiro proporcionou a oportunidade de obter uma boa educação em boas escolas privadas. Já o pobre, que depende do ensino fundamental e médio da precária rede pública, tem de disputar a vaga com esses alunos que se preparam muito bem para assegurar a entrada nas universidades públicas. Se lutar lutar por direitos iguais entre ricos e pobres, ou melhor, por oportunidades iguais as dos ricos pra quem não tem dinheiro ou sonhar com um estado que funcione em prol do bem estar social é ser um doutrinador esquerdista, então isso será um elogio! Já repararam que é politicamente incorreto assumir que é de direita? Por que hein? Uma salva à todos os esquerdistas que querem mais que justiça, querem pessoas humanizadas. Por que a Veja fomenta o ódio às ações sociais?
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