quarta-feira, 18 de junho de 2008

Futebol europeu atrai torcedores brasileiros

FUTEBOL
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Jogadores do Manchester comemoram o título da Liga dos Campeões: atração para os brasileiros

Os jogadores, muitas vezes, têm nomes de difícil pronúncia. Ibrahimovic é o sueco atacante da Internazionale, Ludovic Giuly, francês, o da Roma, ambos times italianos, Didier Yves Drogba Tébily, costa-marfinês, joga pelo inglês Chelsea. Saber ao certo como dizer os nomes desses jogadores não é problema para diversos brasileiros que, cada vez mais, estão interessados pelo futebol do Velho Continente.

A comunidade “Eu amo futebol europeu”, na rede virtual de amigos Orkut, comprova essa tendência. Criada em novembro de 2004, hoje, ela tem mais de 44 mil integrantes que se divertem em fóruns que discutem desde jogadores a lances de partidas de campeonatos como o italiano, inglês, português e o alemão. Essa paixão fez com que alguns torcedores até se organizassem em fã clubes, como é o caso do ManutdBR, que reúne 11 mil torcedores do inglês Manchester. O site da torcida recebe uma média de 18 mil visitas por mês e em dias de jogos chega a atingir 1,8 mil acessos.
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“A qualidade, em geral, faz o futebol europeu ser mais atraente. Isso vem desde a qualidade dos jogadores, que vêm de todos os continentes, até a qualidade dos estádios”, explica o estudante Giuliano Stachetti Ducceschi, fanático pelo time da Roma. Membro do clube dos torcedores brasileiros do time da capital italiana, o “Roma Club Brasil”, ele começou a se interessar pelo futebol europeu por estarem nos clubes do continente os melhores jogadores do mundo. Não é o único que pensa assim. Felipe Lino, universitário, também vê na presença dos craques a atração desses campeonatos. “Quando assistimos a algum clássico europeu estamos vendo praticamente uma final de Copa do Mundo, pois os melhores jogadores estão lá”, diz.

Giuliano, de blusa azul, com os amigos do "Roma Club Brasil": destaque no jornal do time, o "Il Romanista"

Esse aumento de interesse já chamou a atenção dos clubes europeus. Há alguns anos, os grandes times vêm investindo em marketing no Brasil. Desde colônias de férias que podem custar R$ 2.500,00 por duas semanas às vendas de materiais oficiais. Ricardo Tessarial, sócio de uma empresa de vendas on-line, diz que as camisas importadas, hoje, são mais procuradas do que as de times nacionais numa proporção de 10 para 1. “A venda sempre aumenta com o passar dos anos e conforme as competições. Durante a Champions League, por exemplo, a camisa do Maschester foi a mais vendida”, informou. O site da empresa de Tessarial teve uma média de 735 acessos diários em maio.
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Outra estratégia de marketing usada é o lançamento de serviços aos brasileiros. O italiano Milan lançou um site exclusivo para o Brasil. Dentre matérias traduzidas do portal italiano, há reportagens produzidas especialmente para os torcedores desse lado do Atlântico. É o primeiro país a ganhar um site exclusivo. Não é para mesmo. Dos cerca de 1,4 milhões de acessos mensais ao site oficial do time de Milão, 40% são de estrangeiros, e desses, a metade de brasileiros. Depois da contratação do atacante Ronaldo, em janeiro de 2007, o número de visitantes do site triplicou, segundo declaração da diretora de marketing, Francesca Scarp, ao jornal O Estado de São Paulo. No dia da contratação do craque, do um milhão de visitantes, 350 mil eram do Brasil. O clube – considerado o mais brasileiro da Europa, por contar com diversos jogadores do Brasil, como Kaká, Alexandre Pato, Ronaldo, Dida e Digão - não esconde que quer ser o terceiro time dos torcedores tupiniquins, atrás de seus retrospectivos clubes e da seleção.
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Ao contrário do que possa parecer, porém, a presença de brasileiros nos times europeus não influencia para alguns torcedores. Duccheschi é um deles. O estudante diz que o seu interesse é pelo futebol em geral, sem se preocupar com a origem dos jogadores. Para Lino, entretanto, foram os jogadores Bebeto e Romário quando jogaram na Europa, que fizeram surgir o interesse pelos clubes europeus. “Mas hoje, a presença deles não influencia”, acrescenta o estudante que, também tem a Roma como o time que mais lhe agrada. “Eu comecei a gostar, ironicamente, pela presença de um argentino, o Gabriel Batistuta, que era um jogador fenomenal. De lá para cá, a Roma sempre joga um futebol bonito e muito ofensivo”, explicou.

O slogan usado pela Rede Record, emissora que abriu espaço em sua programação para as principais partidas dos campeonatos do velho continente, quando denomina o europeu como “o melhor futebol do mundo”, parece ter sua razão.

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