quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Cooperativas de Recicladores dão o tom para preservar e gerar renda

SÉRIE ESPECIAL - PRESERVAÇÃO AMBIENTAL

Karl Marx, no Manifesto Comunista, disse: “Trabalhadores, uni-vos!”. As cooperativas mostram que isso é possível. Enfrentar situações adversas e buscar oportunidades. Na era da conscientização ambiental, essa união de trabalhadores ganhou força. As cooperativas de recicladores são resultados na junção de preservação e geração de trabalho e renda. Instaladas em diversas cidades do país, elas dão oportunidades para pessoas que não têm chances no mercado de trabalho. “Muitos trabalhadores das cooperativas têm idades avançadas e sem estudos, ou seja, jamais conseguirão arrumar um emprego no mercado comum”, diz Fátima Aparecida Tavares da Costa, presidente da Cooperativa “Força e União” da cidade de Amparo, interior paulista, que gera emprego direto para 22 pessoas.

Além de valorizar os profissionais, essas cooperativas melhoram a qualidade dos objetos recicláveis selecionados, visto que os trabalhadores têm conhecimento sobre a forma de lidar com os materiais e evita que os que não podem ser reciclados ocupem o lugar daqueles que podem. Com triagens, os recicladores selecionam os produtos e ajudam a manter uma periodicidade no fornecimento dos materiais para empresas que os reciclam, por exemplo.

Na cidade de São Paulo, os catadores de ruas estão se organizando em cooperativas e, em parceria com a prefeitura paulistana, ajudam nas coletas seletivas que foram implantadas em 2002. Infelizmente, ainda a maioria dos catadores ainda está desorganizada. A prefeitura de São Paulo ajuda com a infra-estrutura e apoio inicial, mas o objetivo é que elas se tornem independentes, já que a administração das cooperativas é feita pelos próprios cooperados que se dividem em grupos de trabalhos como: os que catam os materiais nas ruas, os que fazem a triagem, os que comercializam o material com as empresas entre outros.


Catadores da Associação de Catadores da Barra do Quaraí , município do estado do Rio Grande do Sul

“Um dos problemas que as cooperativas enfrentam é que muitos catadores trabalham por conta, não querem trabalhar em grupos. Eles acreditam que ganharão menos trabalhando com outros catadores”, explica Fátima. Os conflitos entre as cooperativas e esses autônomos são muitos, porém, os grupos organizados têm mais força, como o uso de caminhões para a coleta dos materiais, ou seja, os que não fazem parte das cooperativas não conseguem competir com elas.

O Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), por exemplo, é um movimento social que há cerca de 4 anos vem organizando os catadores em cooperativas, associações e grupos. “Buscamos a organização de nossa categoria na solidariedade de classe, que reúne forças para lutarmos contra a exploração. Esse princípio busca o apoio mútuo e que ninguém seja beneficiado às custas do trabalho do outro”, diz o texto institucional do movimento.

Segundo informações divulgadas pela Agência de Informação Frei Tito para a América Latina, 25 milhões de pessoas estão envolvidas diretamente com a reciclagem no Brasil. Elas, agora com poder aquisitivo, aquecem a economia - refletida na alta de consumo dos últimos anos do país. Pessoas que viram nas cerca de 120 mil toneladas de lixo domiciliar geradas diariamente no Brasil (3 milhões no mundo!) uma forma de mudar de vida e preservar o planeta. Karl Marx estava certo.

11 comentários:

Anônimo disse...

A união faz a força, o dinheiro, a oportunidade e ainda ajuda o meio ambiente!

Anônimo disse...

Achei muito legal seu blog gostei das informações e quantidade, bem como qualidade de conteúdo, parabéns, abraço
KADO
www.kadogomes.blogspot.com

Anônimo disse...

Esse é um trabalho que merece ser ampliado e espalhar-se pelo país todo. Mas aqui, sabe como é, o que é bom fica restrito ou desaparece rapidinho.

rodrigocherene disse...

ótima iniciativa

deveria ser copiado em todo o mundo

paz

Nana Lopes - @Nanamada disse...

Gosto muito de qulquer projeto de reciclagem de material...

Hermano disse...

É engraçado como a sociedade remuna tão mal atividades que são realmente úteis. E paga cachês autíssimos para outras não tão importantes assim em alguns aspectos.

ps.:Pois é rapaz, o mundo acaba em 2012, nunca ouviu falar da profecia maia? xD

aheueahueahauehu
abç ^^

Futebol e Cia disse...

Gosto de qualquer projeto de reciclagem

Rafael Portillo disse...

Realmente uma excelente iniciativa.
Não sei como as autoridades não pensam em ideias tão simples assim.
Deveria ser feito pelo menos um em cada grande cidade do pais.

http://rafaelportillo.blogspot.com/

Gabriel de Oliveira disse...

É, cara. Diante do seu texto, a única pergunta que fazemos é por que iniciativas como essas não são implantadas em mais cidades? Quem sabe assim poderíamos diminuir, juntos, a poluição não só nos lixões, mas também nos rios e tudo o mais. Vocês estão de parabéns pelo blog. Tudo de bom!

Davi Arloy disse...

Gostei do comentario no final :"Karl Marx estava certo". rs
Eu particularmente adoro essas paradas de reciclagem, aqui em casa a gente separa tudinho e talz.A iniciativa é muito boa.

Abs

http://calcajeansehavaianas.blogspot.com/

Adoniran Leblon disse...

Fico realmente contente com a notícia e de saber que existe todo esse movimento por trás do trabalho dos catadores, que acabam sendo peças fundamentais na viabilização dos nossos anseios ecológicos. Mas não sei o quanto essa história é um exemplo do acerto de Marx com a frase "trabalhadores do mundo, uní-vos". Já estou mudando de assunto... O mérito da notícia em si permanece, mas a união sugerida por Marx pressupunha a apropriação dos meios de geração de capital, das máquinas e etc... Saber se a frase é aplicável depende de saber exatamente como funcionam as cooperativas... O caminhão citado, por exemplo, de quem é? De todos os envolvidos na cooperativa ou efetivamente de um grupo organizador ou ainda de capital externo? São só perguntas... eu não tenho o menor conhecimento sobre isso e estou só "jogando lenha na fogueira"... Abraços!