quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

30 anos sem Chaplin, o "demasiadamente humano"

ESPECIAL

Não deve ser difícil encontrar pessoas que pensam que Charles Chaplin andava pelas ruas de Londres e Hollywood vestido como seu maior personagem, o vagabundo. De chapéu coco, vestindo um fraque preto esgarçado, calças e sapatos desgastados e mais largos que o seu número, bengala de bambu e aquele inconfundível bigodinho, pobretão mas com traços refinados de um verdadeiro cavalheiro. Considerado o mais genial criador do cinema mudo, Chaplin morreu no dia 25 de dezembro de 1977 e encerrou a trajetória do artista mais completo do século.

Era ator, diretor, escritor, roteirista, produtor, compositor de trilhas e financiador de seus próprios filmes. “Este é um momento muito emocionante para mim e as palavras parecem fúteis. Só posso dizer ‘obrigado’ pela honra de ter sido convidado. Vocês são maravilhosos”, disse, em meio a lagrimas, quando, em 1972, Hollywood o homenageou com um Oscar honorário, depois de mais de 20 anos sem pisar em solo norte-americano devido a um exílio na Europa.

Chaplin nasceu em Londres em 1889. Desde criança, o ator sofreu com problemas familiares. A mãe desempregada tinha transtornos mentais e seu pai morreu quando o jovem Charles Chaplin tinha apenas 12 anos. O eterno "vagabundo Carlitos" decidiu ser ator ainda criança, quando, por conta de uma doença, foi obrigado a ficar na cama por semanas. Durante esse tempo, sua mãe representava o que acontecia na rua para entretê-lo.
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Com um quociente de inteligência de 140, Chaplin encantou o mundo com uma mistura de humor e drama. Subiu ao palco pela primeira vez com apenas 5 anos, diante de sua mãe, e em 1919 já tinha seu próprio estúdio, o “United Artists”. Apesar de filmes falados terem se popularizado em 1927, Chaplin resistiu a usá-los até os anos de 1930. Seu primeiro filme falado foi “O Grande Ditador”, filmado e lançado nos Estados Unidos em 1941, um ano antes dos americanos entrarem na Segunda Guerra Mundial. No filme, Chaplin fazia dois papéis: o de Adenoid Hynkel, clara alusão ao nome de Hitler, e de um barbeiro judeu que é cruelmente perseguido pelos nazistas.

Esse filme tem uma das cenas mais famosas do cinema: Chaplin vestido como Hitler brincando com o globo terrestre de plástico. Hitler, grande fã de cinena, segundo relatos, viu o filme duas vezes em seu cinema particular. Depois de descoberto o Holocausto, Chaplin chegou a declarar que se soubesse da extensão do problema, não brincaria com o regime nazista como fez no filme. Em sua auto-biografia, “História de minha vida”, ele chegou a afirmar que receceu cartas anônimas de pessoas que iriam colocar fogo nos cinemas na pré-estréia do filme nos Estados Unidos. Nada aconteceu.

Casou-se diversar vezes; a última com Oona O'Neill em 16 de junho de 1943. Ele com 54 anos e ela com 17. Foi o casamento mais longo e feliz, com oito filhos e ficaram juntos até a sua morte, com 88 anos em conseqüência de um derrame cerebral. Foi enterrado no Cemitério Corsier-Sur-Vevey em Corsier-Sur-Vevey, Vaud, Suíça e três meses depois, em 3 de março de 1978, ladrões roubaram o corpo do ator a fim de extorquir dinheiro da família. Os ladrões foram capturados e o corpo foi recuperado onze semanas depois e voltou ao túlmulo que agora tem um tampão de concreto de quase 400 quilos.

Entre os maiores sucessos estão: “O Circo”, “Tempos Modernos”, “O Garoto”, “Luzes da Ribalta” e diversos curtas como “Carlitos Repórter”.

4 comentários:

H disse...

vi metade de tempos modernos e o grande ditador.

uma pena, mas um dia pretendo saldar essa dívida com o cinema..


visite o meu blog também..
abraço.
um paraíso perdido

Jullyana Albuquerque disse...

Ah... Ele era demais, tá pra nascer alguém igual, tenho um monte de filmes dele em casa. Muito show!

Lara Sousa disse...

Aii eu adorava ele
me lembro eu pequeninha meu pai alugava os filmes e eu via axava super engraçado

xD

bjO

Anônimo disse...

***wikipedia na veia hein?

Falta colocar o motivo de seu exílio na Europa, parte importante de sua historia.
Foi perseguido pela paranóia mackhartista, declarou ser um humanista! Dizia que os comunistas também eram seres humanos. Por incrível que pareça isso era um avanço para a época. "A mãe de um comunista chora tanto quanto as outras mães, ao receber notícias trágicas sobre seu filho", teria dito. Soa comico esse ser o motivo de sua estadia na Suiça. A ignorância estadunidense expulsou de seu território um de seus mais aclamados atores.