sábado, 29 de setembro de 2007

A bela virou fera

FUTEBOL

Hope Solo (à esq.) não economizou nas farpas ao seu treinador, Greg Ryan


Na partida da semifinal da Copa do Mundo de futebol feminino entre Brasil e Estados Unidos, não foi só o show de Marta e companhia que chamou a atenção de toda a imprensa, especialmente a norte-americana. A atitude do técnico da seleção dos EUA, Greg Ryan, ao barrar do confronto a então goleira titular Hope Solo, para dar lugar à veterana Brianna Scurry, também gerou muita discussão e polêmica.
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Ryan justificou a escolha, alegando que Scurry era mais experiente e que nunca havia perdido para a seleção brasileira. Não colou! O que se viu em campo foi uma sucessão de falhas, tanto por parte de Scurry, como por parte do sistema defensivo americano.
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A opção do treinador causou uma situação desagradável até durante a partida. Logo após o Brasil marcar o seu segundo gol no jogo, o telão do estádio, que reproduz imagens oficiais da FIFA, mostrou a cara fechada de Solo no banco de reservas e, em seguida, o desepero de Brianna no campo.
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Como se não bastasse, após o término da partida, a musa da seleção dos EUA não poupou críticas ao seu treinador. "Foi uma decisão errada. Eu acho que qualquer pessoa no mundo, que conhece qualquer coisinha de futebol, sabe que não se deve trocar de goleira antes de uma partida decisiva", declarou, irritada. Ás vésperas da partida, Solo comparou a decisão de Ryan como se fosse semelhante a "tomar um soco no estômago". Depois da derrota, ainda disse que vai torcer para o Brasil na final da copa. "Quero que o Brasil ganhe este Mundial. Merecem muito mais que qualquer outra equipe. Jogaram bonito, leve, solto e marcaram presença em campo de maneira imponente".
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O preparador de goleiras da seleção brasileira, Luis Castegnaro, criticou a atitude de Greg Ryan. "Pra mim o treinador fez um dos mais graves erros que existe no futebol profissional. Tirar uma goleira com ritmo de jogo a menos de 48 horas de um jogo é uma decisão de alguém que realmente não sabe das manhas e da realidade do futebol. Futebol não é pôquer, é coisa séria", comentou.
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Castegnaro também foi irônico ao comentar sobre o assunto. "Esse treinador deve ter um pézinho no Brasil porque ele ajudou a gente desestabilizando os EUA. Tem que ter uma explicação lógica para tirar uma goleira de 25 anos e colocar a de 36 anos, que nunca tinha sofrido gol contra o Brasil. Muito bem, agora a Scurry pode ir para casa, para mim ela é uma ex-atleta. Se ela nunca tinha tomado gol, agora ela já fechou a carreira com o que faltava", concluiu.
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foto: AP

Um comentário:

Mau Faccio disse...

Vem chora aqui em casa que eu consolo!