SAMBA E O CRIME
Nem só de confete e serpentina vive o carnaval do Rio de Janeiro. O jornal francês Le Monde publicou essa semana uma reportagem especial que não exalta a beleza do “maior espetáculo do mundo”, ao contrário, a matéria falava da suposta ligação da Escola de Samba Mangueira com o narcotráfico. Para o correspondente do veículo no Brasil, Jean-Pierre Langellier, a mais tradicional escola do carnaval carioca parece não honrar mais as cores escolhidas por Cartola – um dos fundadores -: o verde que representa a esperança e o rosa, o amor. A escola criada em 1928 se vê manchada com as denúncias como sintetiza o nome da reportagem: “Crime e drogas se misturam a folia do carnaval carioca”.
Segundo o jornal Le Monde, o escândalo estourou em 8 de janeiro, quando ocorreu uma blitz da polícia no morro da Mangueira. “No decorrer da operação, a polícia descobriu uma tonelada de maconha pronta para a venda e papelotes de cocaína cuja embalagem celebrava ‘o melhor crack do mundo’. Os policiais também fizeram outra descoberta, mais macabra, alguns crânios ao lado de um incinerador de cadáveres, apelidado de ‘forno de microondas’”, diz a reportagem.
Mas o que tem a ver a escola de samba? É que o chefão do morro, que segue foragido, Francisco Paulo Testas Monteiro, conhecido como “Tuchinha”, depois de passar 17 anos na cadeia condenado por homicídio e tráfico, liberado em 2006 e garantindo que tinha “criado juízo”, foi promovido como compositor oficial da escola de samba no ano passado. Mas, de acordo com a reportagem, a “conversão musical” não passava de uma cobertura conveniente para que ele continuasse no crime. Uma passagem secreta era a ligação entre o camarim da escola e seu esconderijo, que tinha até ar-condicionado.
O negócio de Tuchinha rendia 870 mil reais por semana, sendo que 60% desse valor era recolhido apenas no final de semana, quando havia os ensaios da Mangueira. Outro destaque da reportagem era a relação do samba com o jogo do bixo. Segundo o correspondente, esse jogo ilegal é um dos financiadores do samba carioca. O escândalo abalou a imagem da Mangueira, 18 vezes campeã do carnaval e que se vangloria dos projetos sociais da escola, já visitada por ilustres como os presidentes Bill Cliton e Mandela, passando por atores como a italiana Mônica Bellucci – presente nos desfiles desse ano na Sapucaí.
As autoridades aumentaram as verbas destinadas às escolas de samba com o objetivo de diminuir a dominação do crime organizado sobre o samba. Esse ano, por exemplo, o governo federal, o estadual e a prefeitura liberaram cerca de 17,5 milhões de reais para as doze escolas do grupo especial. Além disso, empresas e outras entidades financiam as escolas, como a Nestlé e o banco HSBC.
A imprensa nacional também deu destaque para o assunto. Ano passado, foi noticiada a descoberta da relação do presidente da Mangueira, Percival Pires, com a mulher do traficante Fernandinho Beira-Mar, Jacqueline Moraes, que o convidou pessoalmente para o casamento dela com o traficante. Percival, na época, negou que soubesse que ela comandava os negócios do marido, segundo o portal G1.
A reportagem do jornal francês ainda finalizou: “Os vínculos entre as drogas e o samba são apenas um dos sintomas do narcotráfico, um mal do qual os habitantes das favelas são geralmente as primeiras e principais vítimas. Em sua antiga marchinha, Cartola constatava: "os habitantes da Mangueira são tão pobres que eles só têm o sol como teto". Será que ele cantaria algum enredo muito diferente hoje?”. É de se pensar.
Segundo o jornal Le Monde, o escândalo estourou em 8 de janeiro, quando ocorreu uma blitz da polícia no morro da Mangueira. “No decorrer da operação, a polícia descobriu uma tonelada de maconha pronta para a venda e papelotes de cocaína cuja embalagem celebrava ‘o melhor crack do mundo’. Os policiais também fizeram outra descoberta, mais macabra, alguns crânios ao lado de um incinerador de cadáveres, apelidado de ‘forno de microondas’”, diz a reportagem.
Mas o que tem a ver a escola de samba? É que o chefão do morro, que segue foragido, Francisco Paulo Testas Monteiro, conhecido como “Tuchinha”, depois de passar 17 anos na cadeia condenado por homicídio e tráfico, liberado em 2006 e garantindo que tinha “criado juízo”, foi promovido como compositor oficial da escola de samba no ano passado. Mas, de acordo com a reportagem, a “conversão musical” não passava de uma cobertura conveniente para que ele continuasse no crime. Uma passagem secreta era a ligação entre o camarim da escola e seu esconderijo, que tinha até ar-condicionado.
O negócio de Tuchinha rendia 870 mil reais por semana, sendo que 60% desse valor era recolhido apenas no final de semana, quando havia os ensaios da Mangueira. Outro destaque da reportagem era a relação do samba com o jogo do bixo. Segundo o correspondente, esse jogo ilegal é um dos financiadores do samba carioca. O escândalo abalou a imagem da Mangueira, 18 vezes campeã do carnaval e que se vangloria dos projetos sociais da escola, já visitada por ilustres como os presidentes Bill Cliton e Mandela, passando por atores como a italiana Mônica Bellucci – presente nos desfiles desse ano na Sapucaí.
As autoridades aumentaram as verbas destinadas às escolas de samba com o objetivo de diminuir a dominação do crime organizado sobre o samba. Esse ano, por exemplo, o governo federal, o estadual e a prefeitura liberaram cerca de 17,5 milhões de reais para as doze escolas do grupo especial. Além disso, empresas e outras entidades financiam as escolas, como a Nestlé e o banco HSBC.
A imprensa nacional também deu destaque para o assunto. Ano passado, foi noticiada a descoberta da relação do presidente da Mangueira, Percival Pires, com a mulher do traficante Fernandinho Beira-Mar, Jacqueline Moraes, que o convidou pessoalmente para o casamento dela com o traficante. Percival, na época, negou que soubesse que ela comandava os negócios do marido, segundo o portal G1.
A reportagem do jornal francês ainda finalizou: “Os vínculos entre as drogas e o samba são apenas um dos sintomas do narcotráfico, um mal do qual os habitantes das favelas são geralmente as primeiras e principais vítimas. Em sua antiga marchinha, Cartola constatava: "os habitantes da Mangueira são tão pobres que eles só têm o sol como teto". Será que ele cantaria algum enredo muito diferente hoje?”. É de se pensar.
7 comentários:
po seu blog e simplesmente sensasional....vc e jornalista? se nao e ja pensou em ser? vc tem um grande talanto. ah e comentando a postagem...essa "suposta" ligacao da mangueira com o crime vai causar mta polemica...
continue vendo meu blog!
www.futebolediscussoes.blogspot.com
Nossa legal seu blog, não quero saber como ele cantaria isso, mas meu Deus, 17,5 milhoes para escolas de samba?
tudo bem ser uma grande coisa esse negocio, as não tem coisas mais importantes do que carros alegoricos e fantasias?
e ainda depois de todo esse dinheiro com isso vem o crime...aff
Achei um companheiro de jornalismo????
A relação entre escolas de samba e o crime sempre existiu.
Vamos trocar selos?
O meu tá no meu blog
www.ogritonoticias@blogspot.com
Como o Renato Fernandes (companheiro nosso de jornalismo) disse acima, a relação crime-escoals de samba sempre existiu mesmo, esse fato envolvendo a Mangueira só serviu para confirmarmos as suspeitas.
E acredito que muitas outras escolas devam ter o mesmo tipo de relação com o crime.
Parabéns pela matéria, Adílson! Ficou muito jóia.
Gostei bastante da matéria. Que isso sirva de alerta para a população; já que carnaval (essa festa maravilhosa) não pode ter relação com o crime.
Não sabia desse relação da Mangueira com o narcotráfico, descobri por aqui. Parabéns!
pois é, ta na hora de alguem ver que por de tras de todo o desfile e cosias que envolve o carnaval o Brasil continua a existir....
bom blog
carnaval e crime
tudo a ver
rsrrs
paz
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