quinta-feira, 31 de julho de 2008

Liberdade de imprensa ameaçada nos Jogos Olímpicos

PEQUIM 2008


Área de imprensa construída para os Jogos Olímpícos

O jornal “L’Équipe” publicou ontem uma declaração do Comitê Organizador das Olimpíadas de Pequim que diz sobre algumas restrições ao acesso à internet no país-sede. “Durante os Jogos, nós forneceremos um acesso à internet que seja apenas suficiente para os jornalistas”, disse o Comitê através de seu porta-voz Sun Weide.

Essa postura da China vem contra a promessa feita de que o acesso à rede mundial estaria totalmente liberado durante os eventos para um melhor trabalho dos profissionais de imprensa que cobrirão os Jogos Olímpicos.

A liberdade total do acesso à internet não acontece normalmente no país. O governo chinês bloqueia os sites que são contrários ao regime do país, entre eles o da Anistia Internacional, o site do movimento espiritual Falugong e da BBC.

Segundo matéria da UOL, o presidente do Comitê Olímpico Australiano, John Coates, irá conversar com as autoridades chinesas para retirarem estas restrições, pois como o Comitê Olímpico Internacional, ele vê a medida como séria e prevê prejuízo para a imprensa.

foto: AFP

terça-feira, 29 de julho de 2008

Preparação?

OLIMPÍADAS 2008 - FUTEBOL

Faltando pouco mais de uma semana para a tão esperada estréia nos Jogos Olímpicos de Pequim, a seleção brasileira de futebol masculino mescla na mente do torcedor tupiniquim sentimentos distintos: animação, mas também carregada de uma certa dose de desconfiança.

A animação pode ser explicada pelo fato do plantel de jogadores possuir nomes que colocariam respeito até em uma Copa do Mundo, como Diego, Alexandre Pato, Anderson, e a ilustre presença do consagrado Ronaldinho Gaúcho. Mas o que tem feito o torcedor ficar com um pé atrás na expectativa de bons resultados é a preparação muito em cima da hora, e um tanto quanto duvidosa, se falarmos na qualidade da mesma.

Jogadores da seleção comemoram gol contra Cingapura, na preparação para as Olimpíadas

Jogadores que raramente (ou até mesmo nunca) jogaram juntos são reunidos ás pressas para fazer uma série de amistosos em Cingapura, contra times notadamente inexpressivos, como é o caso da seleção local, que teve a glória de perder apenas por 3 a 0 para os comandados de Dunga, e ainda chegaram a esboçar uma pressão e incomodar o goleiro Diego no segundo tempo do amistoso.

Uma série de fatores podem também credenciar a falta de treinos destes jogadores. Vale lembrar que houve a extinção do conhecido torneio "Pré-Olímpico", que antes era usado para definir quais seleções iriam para os Jogos. A falta de datas internacionais agendadas pela FIFA também não deixou com que a seleção brasileira pudesse enfrentar adversários de alto nível. E, mais recentemente, a queda de braço entre a Confederação Brasileira de Futebol e os grandes clubes europeus, que vetaram a participação de estrelas como Kaká e Robinho.

Agora fica a dúvida de saber qual o verdadeiro potencial desta equipe. Será que a seleção brasileira estará preparada para enfrentar em condições de igualdade seus rivais mais fortes nas Olimpíadas? Esta e muitas outras dúvidas só serão realmente esclarecidas, na manhã do próximo dia 7 de agosto, no confronto contra a Bélgica.

foto: AP

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Checar é sempre a melhor opção

NOTAS
Reprodução do jornal italiano com a foto do ator
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O caso Dantas está dando o que falar e processar. O ator global Daniel Dantas, homônimo do preso pela Operação Satiagraha, da Polícia Federal, vai processar o jornal italiano “La Stampa” por publicar uma foto sua como a do banqueiro.

Para o ator, atualmente no ar com a novela “Ciranda de Pedra”, a publicação erronia pode prejudicar sua imagem. A assessoria de imprensa do ator, porém, foi procurada pela reportagem da Folha Online, não confirmaram a intenção do processo.

O erro, porém, não foi exclusividade do jornal italiano. O “Diário do Sul”, jornal baiano, também veiculou uma foto do ator como a do banqueiro do “prende e solta”.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

“Quanto você ganha?” já foi uma pergunta constrangedora

ALEGRIA DAS FOFOQUEIRAS


Já imaginou saber quanto ganha seu chefe ou aquele metido do outro departamento? E já imaginou, também, a alegria daquela sua vizinha fofoqueira se ela tivesse acesso aos dados de quanto recebe de salário todos da rua? Então, em países como a Escandinávia, Suécia, Finlândia e Noruega, isso não é segredo nenhum. Todos os anos, esses países publicam as declarações de imposto de renda de todos os cidadãos.

As declarações, na Suécia, por exemplo, ficam disponíveis para consulta todo o ano em uma série de livros ou calendários de impostos. “Se é isso que você deseja, pode ver quanto seu cunhado ganhou, quanto seu vizinho ganhou. Não é todo mundo que faz isso, apesar de fazermos piada e perguntarmos: ‘você já checou quanto seus futuros sogros ganham?’”, diverte-se o secretário de estado do Ministério da Justiça do país, Magnus Graner, em entrevista ao jornal “USA Today”.

O direito de acesso à essas informações é estabelecido na Constituição sueca. A divulgação dos rendimentos dos cidadãos é feita desde o século 18 e vem de uma tradição de abertura de informações e transparências de governo. Os dados apenas não são veiculados em casos de segurança nacional ou em alguns aspectos de investigações criminais.

Ao contrário da boa aceitação dos cidadãos nesses países, os italianos repudiaram o ato no começo desde ano quando o então primeiro-ministro Romano Prodi publicou no site do ministério o imposto de renda dos cidadãos da “grande bota”. Vicenzo Visco, ministro da economia italiana, disse aos jornais que a estratégia italiana era dar mais transparência e democracia.

A pressão popular fez com que as informações fossem retiradas da internet. Já era tarde demais. Os jornais foram mais rápidos e divulgaram as informações de pessoas notáveis do país. O atual primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, que é proprietário, por exemplo, do time de futebol A C Milan, foi um dos “alvos” da imprensa. Seus rendimentos em 2005 foram de US$ 43,5 milhões e o valor pago em impostos chegou a US$ 18,6 milhões.

Já imaginaram se isso acontecer no Brasil?

terça-feira, 22 de julho de 2008

O futuro do nosso futebol nas mãos da péssima arbitragem

ESPECIAL - OPINIÃO

Guardo do futebol minhas melhores e mais gratas recordações. Militei nesse esporte por aproximadamente 23 anos: 1955 a 1978, com passagens pela Venezuela, Colômbia e Uruguai. Tais circunstâncias, no entanto, me conferiram apenas o privilégio de poder ver, sentir e analisar esse misterioso e fascinante esporte de uma forma especial e diferente de alguns. Mas o fato em si não me credencia a entender mais de futebol do que nenhuma outra pessoa. A experiência vivida é que acabou me dando uma visão particularizada e a percepção de certos detalhes que eventualmente passam despercebidos.

Assim, preocupado com todo o contexto do futebol, sirvo-me desse espaço para expor algumas considerações, que julgo pertinentes, visando a identificar possíveis causas que vêm comprometendo nosso principal esporte e apontar algumas anomalias que ocorrem dentro e fora do campo. Vejo o atual momento do futebol brasileiro como extremamente preocupante, notadamente no que se refere às nossas arbitragens, as quais considero péssimas e que chegam a beirar o ridículo se comparadas às européias. Uma calamidade. Por outro lado, quero frisar, também, que não faço parte e nem me alinho entre os nacionalistas de plantão que vêem nosso futebol como o melhor e mais perfeito do planeta, como “vendem” alguns integrantes da imprensa esportiva gorda, que nunca puseram o pé em uma bola. Prefiro analisar mais com a razão do que com a paixão. Não sejamos hipócritas; não devemos enganar nossos próprios olhos. Quem assistiu aos jogos da Copa da Europa devem ter se encantado com o que viu, especialmente a final disputada entre duas escolas extraordinárias: ESPANHA X ALEMANHA, sagrando-se campeã a seleção espanhola. Exibiram um futebol forte, objetivo, rápido, sem paralisações e sem a “esperteza” dos atletas sul-americanos. Portanto, quem viu há de reconhecer que já estamos no andar de baixo e as causas vêm a seguir.

Por mais estranha que possa parecer minha tese, entendo que, no tocando às nossas arbitragens, se alguma medida drástica não for tomada pelas autoridades que comandam o futebol brasileiro, em seus diferentes níveis e com a urgência necessária, no sentido de repensar e de reformular a mentalidade, a cultura e daí a maneira de atuar dos nossos árbitros, nosso futebol, com absoluta certeza, em breve espaço de tempo estará condenado ao fracasso e, definitivamente, afastado das grandes conquistas. Árbitros despreparados, arrogantes, vaidosos, querendo aparecer mais que os atletas, exibindo uma parafernália de instrumentos modernos, cronômetros sofisticados, mas são tecnicamente abaixo da crítica. Falta-lhes bom senso e, às vezes, até discernimento. A quantidade excessiva de cartões aplicados – DESNECESSARIAMENTE – aos atletas faz muito mal ao futebol. Irrita, desequilibra e vicia o jogador ao mesmo tempo. Isso vai repercutir lá na frente. O atleta viciado com cartão não vai conseguir iludir árbitros estrangeiros com suas artimanhas. O mesmo hábito nocivo que adquiriram por aqui não vai fazer efeito em um torneio internacional e menos ainda em uma Copa do Mundo.

É uma incompetência generalizada. Não são capazes de perceber o tamanho do equívoco e a extensão do dano que acarretam ao futebol. Os árbitros europeus, há décadas, já se conscientizaram que a aplicação – INDEVIDA – de cartões traz conseqüências prejudiciais ao esporte, extrapola o campo de jogo e desencadeia uma série de situações nocivas e indesejáveis ao futebol. Faço votos e torço para que nossos apitadores não estejam acompanhando os comentários daqueles quatro ex-árbitros, que agora “descolaram” uma “boquinha” nas emissoras de televisão. Se isso estiver ocorrendo, estamos fritos, porque ali, um é a cópia fiel do outro. Se alguém perguntar a um deles, por exemplo, se vai chover no Ceará, a resposta é: “ISSO É FALTA PARA CARTÃO”, ou então, “O CARTÃO FOI BEM APLICADO”, e assim vão detonando o futebol brasileiro. Lembro-me de uma partida entre Vitória x Coritiba, no Barradão-BA, anos atrás, em que o árbitro simplesmente sacou vinte e um cartões. Uma coisa absolutamente ridícula e inacreditável, passível até de um exame psicológico, tal a afetação com que “sua excelência” consumava o ato teatral. A ação nefasta desse apitador prejudicou vinte e um atletas e desempregou dois técnicos de uma só vez. A utilização excessiva dos cartões está na razão inversa da qualidade do árbitro, ou seja, quanto maior o número de cartões, mais incompetente, despreparado, inseguro ele demonstra ser. Esconde sua fragilidade através do gesto espetaculoso.

De acordo com uma pesquisa internacional a que tive acesso, o tempo de bola corrido no futebol europeu alcança invejáveis 85 minutos e a mesma revista apontava que, no Brasil, a bola não corre mais do que 52 minutos. Quem se responsabiliza por esse “estelionato futebolístico”? E as conseqüências que advêm dessa incompetência generalizada? O futebol enfraquece porque nenhum treinador consegue manter a mesma equipe no jogo seguinte, em decorrência de suspensões automáticas; os times não adquirem conjunto, o técnico não consegue dar padrão de jogo à sua equipe; o atleta se descontrola emocionalmente e é multado; compromete-se o trabalho do preparador que, com algumas derrotas seguidas, já vai “pra roça”; o clube toma prejuízo; a torcida se afasta dos estádios e, se acrescentarmos a essa multidão de motivos que mencionei, o escorchante valor dos ingressos, a falta de condução para os estádios; barrigas vazias; a inadmissível e vergonhosa redução pela metade da capacidade de público; as revoltantes e quilométricas filas que não andam; bilheterias corruptas; cambistas, etc, não precisa ser nenhum gênio para antever que motivos não faltam para que seja estabelecida a violência nos estádios. Dali “pro pau” é um pulinho.

É absolutamente indesculpável que em plena era da velocidade, onde os botões comandam quase tudo na vida, os “gênios” que mamam no futebol ainda não conseguiram criar mecanismos para agilizar e modificar esse estado de coisas. E os energúmenos que cuidam do nosso esporte ainda não tiveram, igualmente, a devida percepção dos reais motivos e o momento em que se inaugura a violência. Preferem se aprofundar nos efeitos ao invés de irem atrás das causas. Tal como o outro que, para acabar com o carrapato, preferiu matar a vaca. Isso retrata bem a insensatez dessa gente. Reduzem o tamanho dos estádios e afastam o público que mais precisa de lazer: ingressos com preços incompatíveis com a realidade brasileira; proíbem a entrada de bandeiras e faixas que tanto ornamentam os estádios; barram as fanfarras e os instrumentos musicais que alegram e fazem o tempo passar; eliminam as torcidas uniformizadas, que dão vida ao ambiente, cerceando uma manifestação cultural e afrontando o preceito constitucional de ir, vir e permanecer. Depois não querem que haja violência?

Mas o que espanta e nos causa profunda indignação nessa história toda é o silêncio horizontal e a omissão dos envolvidos. Habituado a acompanhar todos os programas esportivos mostrados pelos diversos canais de televisão, notadamente aos domingos logo após as rodadas, não vi, até a presente data, uma única figura da imprensa esportiva brasileira tocar em um só tema desses que aqui expus. Garotões bem vestidos, bem nutridos, rechonchudos, sorridentes, dentição completa, desses criados em condomínio em que a mãe leva para a escola e vai buscar, nunca andaram sozinhos ou descalços, jamais chutaram uma bola, nunca viram formiga e nem cocô de cavalo. São estes que nunca enfrentaram uma fila de 6 horas para compra de um ingresso. Hoje lá estão: locutores de TV, radialistas, jornalistas especializados, comentaristas, comandantes de mesa-redonda, apresentadores e convidados. Juntos, na mesma criminosa omissão, desde o presidente da CBF, passando por presidentes de federações, presidentes de clubes, dirigentes de segundo escalão, treinadores e atletas e mais o bando de mesmice acima já mencionado, quero que façam parte do mesmo balaio egoístico, egocêntrico e pecaminoso que não move um dedo em benefício do futebol. E vem aí uma Copa do Mundo. Já imaginaram, em São Paulo, estádios vazios e sem ornamentação? “Antes do silêncio total ainda serão necessárias muitas palavras inúteis”.

por Afonso Celso De Agostini Sóssio, ex-jogador, especial para o Blogo News

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Japonês que trabalhava na Toyota morre por excesso de trabalho

TRABALHO


Foi concluída por uma agência reguladora de trabalho japonesa que um engenheiro da montadora Toyota morreu por excesso de trabalho. A notícia foi veiculada pela Associated Press. O trabalhador de 45 anos era chefe de engenharia no desenvolvimento de uma versão híbrida do carro Camry. Segundo o advogado que representa a viúva, Mikio Mizuno, a função gerava grandes pressões sofre a vítima que morreu de isquemia cardíaca.

O incidente ocorreu em janeiro de 2006 e apenas agora saiu a decisão da agência reguladora. O funcionário da Toyota trabalhou nos dois meses anteriores à sua morte uma média de 80 horas extras por mês e usualmente trabalhava à noite e nos finais de semana.

A empresa, em comunicado, disse que está melhorando o monitoramento da saúde de seus funcionários. Com a decisão da agência, a família do engenheiro, que teve a identidade mantida em segredo, receberá os benefícios e o seguro do trabalhador.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Maioria das pessoas enfarta nas manhãs de segunda, diz pesquisa

VOLTA AO TRABALHO


Segunda-feira. O despertador toca e você sente aquela vontade de mandar seu chefe para o espaço e começa, ainda sonolento, a pensar em alguma boa desculpa para dizer a ele caso queria ficar mais na cama. O trânsito? “Nossa, o portão do meu prédio quebrou” ou “o elevador travou e fiquei preso até o porteiro chegar”. Todas mentiras para escapar do primeiro dia útil da semana. Uma pesquisa da Universidade de São Paulo, campus de Ribeirão Preto, mostra, porém, que essa aversão e tensão ao “dia de branco” encadeia problemas de saúde nos trabalhadores.

Segundo a pesquisa, o número de pessoas que enfartam às segundas-feiras é 25% maior que as estatísticas dos outros dias da semana. A maioria dos pacientes avaliados, ainda, passou mal antes das 9h. O motivo? A pressão da volta ao trabalho. Esse dia da semana é um gatilho. “As pessoas sempre têm algum desgaste a mais, uma tensão. É isso que leva ao desencadear do enfarto”, explicou o coordenador do estudo, Juan Yaslle Rocha.

O risco de algum problema de saúde é ainda maior quando a pessoa não gosta do emprego. Hoje, os funcionários passam por diversas pressões como a competitividade. Para alguns, o trabalho deixou de ser prazer para castigo, ainda mais quando não se trabalha naquilo que gosta.

O conselho dado pelo especialista é trabalhar com o que gosta ou, se não for possível, tentar tirar o lado bom do que se faz e, então, diminuir o grau de insatisfação e de tensão que pode levar ao enfarto. O fenômeno de a maior parte das pessoas enfartarem nas manhãs de segunda-feira também é observado em muitos países europeus, segundo Rocha. Para os executivos, o dia de maior perigo é o sábado.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Novo álbum de Alanis Morissette começa a dar as caras pelo Brasil

MÚSICA

Depois de um hiato de quatro anos sem lançar um disco de canções inéditas, a cantora canadense de rock Alanis Morissette lançou internacionalmente no início de junho o disco Flavors of Entanglement. E parece que mesmo com a discreta divulgação do CD por enquanto, o novo trabalho da cantora parece estar começando a se tornar popular pelo planeta.
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Aqui no Brasil, o álbum vem ocupando nas últimas semanas posições de destaque, entre os dez mais vendidos, unindo-se a artistas internacionais que também estão cativando o gosto do público brasileiro com seus novos lançamentos, como a cantora Madonna e o grupo Coldplay. O CD está sendo vendido em dois formatos: a versão tradicional, que contém 11 faixas; e para os fãs mais "fominhas", está também no mercado a versão Deluxe, que além das 11 títulos da versão anteriormente citada, possui mais cinco canções bônus.
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Bastante variado, Flavors of Entanglement mostra em alguns momentos características que já se faziam presentes na mesma Alanis de 1995, que explodiu para o mundo com o mega álbum Jagged Little Pill. Já em outros aspectos, o novo trabalho mostra uma variante bastante diferente de tudo que a cantora já produziu até hoje.

A prova disso foi a união com o produtor Guy Sigsworth, famoso por ter trabalhado com grandes nomes da música, como as cantoras Madonna e Björk, e o cantor de soul Seal. Dessa parceria, saíram várias músicas de estilos extremamente opostos, mas nem por isso desinteressantes. Ao longo do disco, o ouvinte pode ouvir desde um rock mais pesado, como mostra a faixa Citizen of the Planet, passando uma batida com guitarras mais pop em Underneath (primeiro single do álbum), o toque de eletrônica de Versions of Violence, a melancolia do rock de Tapes, ou até mesmo o silêncio de Not As We, uma música composta apenas por uma base no piano e a voz de Morissette.

Alanis em apresentação no Rock in Rio Madrid, no último dia 27 de junho

Com isso, o novo trabalho de Alanis mostra uma cantora diferente tanto no aspecto musical, com estilos variados que prometem agradar aos mais variados tipos de fãs, como no visual, que ostenta aos 34 anos uma aparência mais tranqüila, e alguns quilos a mais. O que parece nunca faltar à ela é o estilo único no palco e, claro, a voz que dispensa comentários.

Atualmente em turnê pela Europa, ela se apresentou nos festivais Rock in Rio Lisboa e Rock in Rio Madrid, além de diversos outros países. Planos para o Brasil? Segundo a cantora, a passagem dela pelo solo brasileiro não deve tardar, possivelmente no início do ano que vem ou até mesmo no final deste ano. Resta ao fãs brasileiros aguardar por mais um ótimo show entre muitos que estamos recebendo nos últimos tempos.
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Para quem quiser conhecer a nova música Underneath, o vídeo abaixo mostra uma apresentação ao vivo da cantora:



foto: AP

Porque no samba nós vamos

MÚSICA
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“Eu quero um samba feito só pra mim/ Eu quero a melodia feita assim./ Quero sambar porque no samba eu sei que vou a noite inteira até o sol raiar”, diz a canção de Haroldo Barbosa e Janet de Almeida. Ela traduz a essência do Grupo Bons Tempos. Formado por amigos da época que estudavam na Universidade Estadual de Campinas, a Unicamp, o grupo possui cinco integrantes e tem 25 anos.

Alfeu é o responsável pelo cavaquinho, Caco, pelas percussões, Ciquinho, o pandeiro, Elder pela timba e Newton pelo violão de sete cordas. Todos emprestam a voz para interpretar nomes como Noel Rosa, Cartola e Ary Barroso, denominado “o Brasileiro” em um show do grupo que virou DVD em 2005. “A gente se encontrava na cantina para tomar cerveja e fazer um samba. Hoje em dia, não se pode mais fazer isso”, disse Newton Gmurczyk, em entrevista a alunos na PUC-Campinas.

O ambiente, contudo, era bem diferente. Os movimentos estudantis cresciam e a vida dos universitários era somente os estudos. “A gente passava o dia todo na Unicamp”, completou. O grupo de amigos gostava das mesmas músicas, o que Newton chamou de “o mesmo paladar estético”.

As influências vieram de todas as partes, porém, a principal era bem ao lado, na cidade de Campinas mesmo. Estudantes faziam samba em bares da cidade e isso chamou a atenção do grupo. “Era uma pessoal mais boêmio. Alguns tocavam samba, outros mais músicas de protesto já que estávamos no final da ditadura”. Viram aí uma possibilidade de diversão. “A gente nem recebia. Você tocava, tomava uma cerveja”, diverte-se Newton.

Depois de um tempo, o grupo percebeu a necessidade de agregar alguma coisa a mais às músicas que tocavam. Como gostavam de ler a vida dos compositores e cantores, começaram a se dedicar aos shows temáticos. Integrando música com interpretação, o grupo conquistou público. O primeiro desses shows foi sobre a Rádio Nacional e já somam, hoje, um sobre Ary Barroso e um, em cartaz, sobre Chico Buarque.
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A frase “Vocês me fizeram lembrar de que sou brasileira!”, dita por uma senhora de 70 anos, no final de um show em Fortaleza, assim como a música de Haroldo e Janet, diz que o trabalho do grupo está no caminho certo.
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Para saber mais sobre o grupo, acesse o site oficial. Clique aqui!
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foto: divulgação site

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Pluralidade é aposta da festa de Paraty desse ano

ESPECIAL FLIP


Nessa sexta edição da Festa Literária de Paraty, o objetivo é a pluralidade cultural. Temas como psicanálise, jornalismo, história, musica e cinema serão misturados ao caráter do evento. “Nosso foco é sempre literário, porém, vemos que este diálogo com outros campos enriquece a literatura e a favorece”, explicou o diretor de programação Flávio Moura.

“Nosso norte e maior prioridade era trazer grandes nomes da literatura mundial como nos anos anteriores. Pessoas de calibre incontestável como Tom Stoppard ou Cees Nooteboom, autores de trajetórias exemplares”, acrescentou.

Para esse evento, a Flip trará participação inédita de nomes da Alemanha (Ingo Schulze) e da Itália (Alessandro Baricco). O alemão estará na mesa “Formas Breves” com Modesto Carone e Rodrigo Neves, na sexta, e o italiano na “Fábulas Italianas”, que ainda terá a presença de Contardo Calligaris, no sábado.

Os encontros inusitados, segundo Moura, ficam com duas mesas. “A Mão e a Luva”, que contará com a presença do quadrinista inglês Neil Gaiman e o escritor e roterista norte-americano Richard Price. A outra é “Guerra e Paz” que discutirá a literatura africana e terá como participante a autora de “Meio Sol Amarelo”, Ngozi Adichie e sua visão política do continente e o angolano Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, conhecido por Pepetela. Ambas as mesas acontecem no sábado.

Outra atração é a pré-estréia do filme argentino “A Mulher Sem Cabeça” (La Mujer Sin Cabeza) da cineasta Lucrecia Martel. O longa fala das angústias de uma mulher que atropela um cachorro. A exibição será feita na mostra “Flip Etc”.

A programação completa está no site http://www.flip.org.br/.

foto: Adilson Jorge

A Festa Literária de Paraty começa hoje

ESPECIAL FLIP

Escritores e anônimos caminham pelas ruas estreitas da cidadezinha que, durante o império, escoava o ouro extraído principalmente de Minas Gerais. A fortuna retirada das terras brasileiras para pagar as dívidas da má administração da coroa portuguesa era transportada por cavalos na Estrada Real e dá, agora, espaço para outra riqueza; dessa vez bancas de venda de livros e conversas sobre a arte da escrita.

A 6ª Festa Literária Internacional de Paraty começa hoje na cidade histórica do estado de Rio de Janeiro. A Flip ocorre até dia seis e promete discussões amplas sobre literatura e diversas áreas que a circundam. A diversidade cultural deve ser a marca do evento desse ano que homenageia o centenário da morte do maior escritor brasileiro, Machado de Assis.

Apesar de “comedida, discreta, crítica e equilibrada”, segundo Flávio Moura, diretor de programação da Flip, a homenagem ao escritor buscará discutir e refletir sobre a figura polêmica do fundador da Academia Brasileira de Letras, e não a qualidade, indiscutível, de seus textos. A abertura da festa já trará uma conversa que se debruçará sobre o escritor. Chamada de “A Poesia Envenenada de Dom Casmurro”, a mesa será comandada por Roberto Schwarz.

São esperados de 15 mil a 20 mil visitantes e, segundo a organização, pretende-se criar uma pesquisa com a ajuda da Fundação Getúlio Vargas para analisar o número de pessoas que participaram da festa literária.